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Mercado Imobiliário

Mudou tudo no loteamento

Com a expansão de 40% do perímetro urbano em uma canetada só, descortinou-se um “lotefúndio” quase infinito à espera dos mais ousados, criativos e sintonizados

Mudou tudo no loteamento

O “rascunho” da cidade de Cascavel surgiu lá nos anos 1930, quando o município mãe, Foz do Iguaçu, rabiscou as primeiras quadras daquilo que poderíamos chamar de “primeiro loteamento” da cidade.

O pioneiro e colecionador Beto Pompeu tem os mapas que distribuíam ruas e lotes no sentido Leste/Oeste entre as ruas 7 de Setembro até a JK, e no sentido Norte /Sul da rua Manaus à Cuiabá. “Não eram esses os nomes das ruas, basicamente a identificação vinha com algarismos”, afirma ele.

Já o primeiro loteamento privado surgiu na segunda metade dos anos 1940, chamavase Vila Minoli, seguia da rua Pernambuco até a Manaus e no outro sentido da 7 de Setembro à Pio XII. “Comprei um lote ali, deveria ter uns 15 metros de frente por 40 de fundos”, relata o pioneiro.

O Vila Minoli, sobrenome do empreendedor, em nada lembra a modelagem de um loteamento de hoje. Nem rua era preciso abrir, basicamente se acessava os terrenos por estradas carroçáveis, “carreiros” ou nem isso. Presumivelmente, o empreendimento demorou para “virar”, já que, na época, trocava-se lotes na Avenida Brasil por bicicleta ou cavalo.

Por décadas ainda os loteadores ficariam desobrigados da pavimentação, passeio público ou galerias pluviais. Todo esse custo acabava espetado na conta da viúva (o poder público).

Na virada dos anos 1960 para 70 surgiram loteadores como Fidelcino Tolentino, que viria a ser prefeito, com centenas de lotes no eixo Parque São Paulo/Neva. Nas décadas seguintes surgiram grandes loteadores como os Padovani, Mascarello e Mantovani.

De dez anos para cá a liderança no segmento mudou de mãos junto com a regra do jogo: cabe ao loteador entregar o “pacote completo”, incluindo até mesmo, em alguns casos, a construção de largas avenidas para além dos territórios loteados.

NOVOS PLAYERS

Estudo realizado pelo Pitoco traz informações exclusivas e atualizadas das últimas movimentações nesse mercado multimilionário, e aponta tendências.

Nos últimos cinco anos, 10 novos condomínios horizontais foram aprovados. Há pelo menos igual número de empreendimentos com esse conceito na fila de aprovação. O cascavelense descerá dos edifícios e virá para o chão ajardinado dos horizontais?

A A liderança do segmento mudou de nome e endereço: a Bella Casa & Okada, CNPJ que aportou aqui há pouco mais de uma década e meia, entregou mais de 10 mil terrenos, e opera 11 loteamentos regularizados no período escrutinado, de 2020 até a presente data. Nenhuma outra empresa do segmento alcança a metade desses números em empreendimentos regularizados nos últimos cinco anos.

PITACO DO PITOCO

  • Muitas outras mudanças sacudiram esse mercado. O incorporador/ loteador não tem mais “corretor de estimação”. Corretor não é mais CLT. É todo mundo vendendo tudo.
  • Sobrenomes italianos tradicionais no segmento parecem ter dificuldade de acompanhar o ritmo das mudanças, permitindo que players mais agressivos e sintonizados com um novo jeito de lotear surgissem abocanhando áreas gigantescas.
  • No novo ranking do loteamento de Cascavel, ninguém está confortável. Se trata de um dos segmentos econômicos mais dinâmicos da cidade.
  • Com a expansão de 40% do perímetro urbano em uma canetada só, desacortinou-se um “lotefúndio” quase infinito a espera dos mais ousados, criativos e sintonizados.

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