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Educação

Falta de profissionais em escolas e Cmeis de Cascavel acende alerta para o ano letivo de 2026

Falta de profissionais em escolas e Cmeis de Cascavel acende alerta para o ano letivo de 2026

Os preparativos para o ano letivo de 2026 já começaram: famílias realizam matrículas, rematrículas e pedidos de transferência, enquanto professores(as) organizam a escolha de turmas. No entanto, a persistente falta de profissionais na Rede Municipal de Educação de Cascavel tem gerado forte preocupação entre a categoria docente.

Diante desse cenário, o Sindicato dos(as) Professores(as) da Rede Pública Municipal de Ensino de Cascavel (Siprovel) voltou a cobrar providências durante a reunião da Comissão Permanente de Negociações do Magistério, realizada na última sexta-feira (28).

Ao longo de todo o ano de 2025, o sindicato reivindicou de forma contínua a convocação de candidatos(as) aprovados(as) em concurso público para completar os quadros das 124 instituições de ensino, sendo 59 Cmeis e 65 escolas. Mesmo assim, a administração municipal não chamou profissionais suficientes para enfrentar o déficit que afeta diretamente o atendimento de mais de 33 mil crianças, além de agravar as condições de trabalho dos(as) docentes.

Durante a reunião, representantes do Governo Renato Silva (PL) afirmaram que o chamamento de profissionais está sendo realizado conforme o número de vagas previsto em lei. A diretoria do Siprovel rebateu, afirmando que “a realidade demonstra que é necessário mais compromisso da gestão com a educação municipal”, sobretudo diante do tamanho da defasagem.


Déficit de profissionais efetivos na Rede Municipal de Educação

Professor(a) 20h

Vagas autorizadas em lei: 25

Déficit real na Rede: 172

Aprovados(as) aguardando chamamento: 425


Professor(a) de Educação Infantil 40h

Vagas autorizadas em lei: 95

Déficit real na Rede: 25

Aprovados(as) aguardando chamamento: 134


Agente de Apoio

Vagas autorizadas em lei: 0

Déficit real na Rede: 84

Aprovados(as) aguardando chamamento: 1.112

Além disso, para 2026 está prevista a inauguração de mais um Cmei, o Maria Selestina Garboça Mecabô, localizado no bairro Maria Luiza, mesmo diante da imensa falta de profissionais na Rede — o que tende a agravar ainda mais o cenário caso não haja contratações emergenciais.


Para a presidente do Siprovel, professora Gilsiane Quelin Peiter, a situação é insustentável:

“Durante o ano letivo de 2025, nenhuma criança voltou para casa por falta de profissionais — e isso só foi possível graças ao esforço extremo dos(as) professores(as). A categoria está exausta, alfabetizando crianças diante de um cenário de falta crônica de servidores(as), infraestrutura inadequada e ausência do cumprimento do Piso do Magistério. É indispensável garantir quadros completos para o início do ano letivo de 2026. Não aguentamos mais.”

Como encaminhamento, ficou definido que o Governo Renato Silva realizará uma reunião interna na próxima terça-feira e apresentará o resultado à Comissão Permanente de Negociações do Magistério na quinta-feira, 4 de dezembro, às 14h.


Como a falta de profissionais afeta o cotidiano das instituições de ensino

O déficit de professores(as) e agentes de apoio tem provocado uma série de prejuízos pedagógicos, administrativos e estruturais. Entre os impactos diretos:

  • Comprometimento do direito à educação das crianças;
  • Impossibilidade de garantir a hora-atividade prevista em lei;
  • Professores(as) auxiliares, responsáveis por atender alunos(as) com dificuldade, sendo deslocados para assumir turmas;
  • Suspensão de aulas de reforço escolar para suprir o déficit;
  • Diretores(as) e coordenadores(as) sobrecarregados(as), deixando de cumprir funções administrativas para cobrir salas de aula.

A situação reforça um cenário de urgência. Sem a recomposição imediata dos quadros, o ano letivo de 2026 corre o risco de começar prejudicando crianças, famílias, profissionais e todo o funcionamento da Rede Municipal de Educação.

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