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Caixa antifurto é solução para roubo de cobre, afirma inventor

Empresário desenvolveu equipamento capaz de revolucionar a segurança de cabos subterrâneos

Caixa antifurto é solução para roubo de cobre, afirma inventor

Basta uma caminhada mais atenta pelo Calçadão da Avenida Brasil para perceber: caixas de concreto abertas, violadas, e os cabos ausentes. O cobre foi furtado e a consequência é múltipla: vias escuras, prejuízo no bolso do contribuinte, e até o risco de uma fratura na cavidade aberta da caixa.

De outro lado, os “amigos do alheio” continuam agindo. Quando pegos, as penas brandas estimulam “recaídas”. Há solução para o roubo de fios de cobre, verdadeira epidemia em Cascavel e no Brasil como um todo? O empresário cascavelense Altair Soares está convicto que sim. Ele desenvolveu a primeira caixa de passagem subterrânea antifurto. 


Pitoco: Você é o inventor da primeira caixa de passagem subterrânea antifurto do Brasil? Está patenteado?

Altair Soares - Sim, é verdade. Depois de muitos anos acompanhando os problemas que os furtos de cabos causam em cidades, empresas e concessionárias, percebi que a solução estava em repensar a base do sistema. A Talmak Solutions desenvolveu e patenteou a primeira caixa de passagem subterrânea antifurto do Brasil, criada justamente para dificultar a ação criminosa e trazer modernidade a uma área que parou no tempo.


Como se deu o desenvolvimento do produto?

Desde o início do projeto, que durou mais de um ano e oito meses, realizamos diversos testes e aprimoramentos. Hoje já estamos na versão 04 do nosso equipamento, cada vez mais seguro e eficiente, fruto dessa evolução constante. A ideia surgiu depois de acompanhar tantas notícias sobre os impactos dos furtos: postos de saúde que perderam milhares de vacinas por falta de refrigeração, escolas e creches sem aulas pela ausência de energia, empresas paralisadas e, principalmente, a escuridão nas ruas pela falta de iluminação pública.


Quando você fala que “parou no tempo”, o que exatamente quer dizer?

Hoje ainda se usa caixas de passagem em concreto simples, projetadas na década de 30. Ou seja, quase 100 anos se passaram e as prefeituras, concessionárias e até empresas privadas ainda instalam o mesmo sistema. Essas caixas acumulam água, sujeira, geram desorganização nos cabos e, principalmente, não oferecem nenhuma segurança contra furtos. 

Há exemplos municípios que já adotaram a sua solução?

O primeiro cliente que visitamos foi a equipe de engenharia da Prefeitura de Cascavel. O pessoal da engenharia gostou muito do projeto, e os gestores responsáveis pela decisão estão avaliando o produto. Londrina é a primeira cidade do país a optar pelo nosso equipamento. Lá instalamos nossas caixas antifurto em uma praça da cidade, realizamos os primeiros testes em ambiente público e o resultado foi muito positivo.


E na nossa região, o que você tem observado?

Em Cascavel vemos muitos casos de furtos justamente porque continuam usando caixas ultrapassadas. Basta olhar para obras públicas, rodovias e viadutos: no Trevo Cataratas, na passagem para Boa Vista da Aparecida, na BR-277, todos os cabos foram furtados. E qual foi a solução adotada? Uma medida paliativa: os chamados “varais” de fios expostos. Isso até resolve o problema da escuridão momentaneamente, mas é esteticamente horrível para uma cidade do porte de Cascavel. Se você passar pelo Trevo da Portal, por exemplo, verá como a paisagem urbana foi comprometida. O que acontece é o seguinte: o poder público investe em caixas antigas, de concreto, que não oferecem segurança; os cabos são furtados; e, sem conseguir resolver, optam pela gambiarra dos fios expostos. 


E o cobre é um metal visado…

Exatamente. Estamos em 2025 ainda usando tecnologia da década de 1930. Naquele tempo, furtar um cabo era algo raro. Hoje, não: o cobre se tornou um material caro e muito visado. O Brasil, inclusive, está entre os cinco países do mundo com maior número de furtos de fios de cobre. Para se ter ideia da dimensão, o Chile é o maior produtor mundial de cobre, com mais de 5 milhões de toneladas métricas em 2024, representando cerca de 23% do fornecimento global. Já o Brasil responde por apenas cerca de 1% da oferta mundial, o que mostra como o cobre é escasso aqui e ainda mais atrativo para o crime.


Isso pode mudar?

Pode e deve. É hora de parar de aceitar soluções paliativas e ultrapassadas. Precisamos investir em tecnologia, segurança e sustentabilidade. A Talmak Solutions nasceu com esse propósito: trazer inovação para um problema que atinge todos os municípios. Cascavel e toda a região têm muito a ganhar com essa modernização. Não podemos mais permitir que nossas cidades fiquem vulneráveis. Não faz sentido insistirmos em usar caixas da década do século passado em plena era digital.