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O tratoraço do Chico Simeão

“Me pediram um prazo mínimo de 3 anos para infraestrutura do Ecoparque. Falei que não daria certeza se estaria vivo até lá, estou com 76 anos. O prazo máximo que posso dar é 12 meses”, disse Simeão

Quando pisou em Cascavel pela primeira vez com seu arrojado projeto Ecoparque Bairros Integrados, Francisco Simeão foi logo dizendo que iria priorizar fornecedores locais.

Foi assim que contratou o Renato, da Diarc, para construção da fábrica de prédios, entre outros muitos fornecedores locais de equipamentos, materiais e serviços. Não foi diferente agora, quando deu início às obras dos primeiros prédios, às vésperas do aniversário de Cascavel.

Terraplanar e preparar um terreno de mais de um milhão de metros quadrados não era serviço para qualquer CNPJ. Na peneirada inicial, ficou somente uma das empresas mais tradicionais do ramo em Cascavel, a V.Albieiro. Mas mesmo ela, com toda tradição, know-how e robusta frota precisaria de um tempo que o Chico não dispunha para execução. “Me pediram um prazo mínimo de 3 anos. Falei que não daria certeza que estaria vivo até lá, estou com 76 anos. O prazo máximo que posso dar é 12 meses”, disse Simeão.

Na sequência da conversa, direta e franca, como é de seu feitio, ele disse aos interessados: “Se vocês não entregarem isso na metade do prazo que orçaram, vou fatiar em 10 lotes e contratar dez empresas. Vocês vão ficar com um décimo do global”. Foi quando duas grandes se juntaram em um consórcio: a Albieiro e a Zancanaro, cuja sede está no Sudoeste do Paraná.

Ao apito do chefe, no último dia 14, 28 caminhões e tratores passaram a se movimentar em direção ao amplo terreno em que o consórcio irá terraplanar e implantar toda a infraestrutura básica (pavimentação, redes coletoras de água e esgoto, iluminação pública, CMEIs, escolas e etc).

Foi o maior tratoraço do ano, iniciado assim que o último orador discursou em um palco improvisado no canteiro de obras. É para ser assim com o Chico. Ele tem pressa, pretende entregar dois prédios já em 2025 daquele apresentado na placa como o “maior complexo habitacional do Brasil”. 

BOLSOS PROFUNDOS 

Simeão e o sócio, Luiz Bonacin, revisitaram os bolsos novamente para contratar o consórcio. Pela vez primeira, tiveram que recorrer às “reservas internacionais”, pedindo um “pix” para o Santander, agência da Suíça.

“Quando muita gente está fazendo o processo inverso, enviando ativos para o exterior com medo da volatilidade econômica no Brasil, eu e o Bonacin estamos repatriando recursos”, disse Simeão ao Pitoco. “É porque ninguém acredita mais que nós no potencial desse projeto sem igual em todo o planeta”, complementou. Acreditar é investir. Somando os aportes em Cascavel com áreas adquiridas para replicar o projeto em Maringá e Londrina, os sócios já “casearam” meio bilhão de reais.

4,6 mil apês, 40 prédios

  • O início das obras do Ecoparque Bairros Integrados fez parte da programação alusiva ao aniversário de Cascavel. Em três anos serão construídos 4.600 apartamentos. Os mais de 40 prédios terão distância média de 50 metros entre si e acabamento diferenciado. Eles serão entregues prontos, e “recheados” com eletrodomésticos e móveis embutidos. 
  • O terreno possui uma área total de 945 mil metros quadrados. Serão construídos mais de 10 km de asfalto para acesso e circulação interna, além de redes de água e esgoto, galerias pluviais, iluminação pública, escolas, CMEIs, unidade de saúde e obras para aproveitamento da água das chuvas.
  • O prefeito Leonaldo Paranhos afirmou que este é um dia que muda a história de Cascavel em termos de habitação. “É um conceito inovador, com escola em tempo integral, saúde, e oportunidade de emprego”, destacou, lembrando que o empreendimento beneficiará as famílias que realmente necessitam de moradia.

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