Faltando menos de três semanas para falarem as urnas, alguns personagens que outrora ocuparam lugar de protagonismo em inúmeras eleições, andam meio sumidos. O ex-secretário de Meio Ambiente e “guru” Luiz Carlos Marcon é um deles.
Não se sabe se participou, mas certamente Marcon sabe quem esteve no primeiro “gabinete do ódio” de Cascavel, instalado no Jardim Maria Luíza, muito antes de a turma levar a prática para o Palácio do Planalto. Era um “gabinete do ódio” analógico, baseado em panfletos crivados de fake news, meias verdades, mentiras inteiras e muito insulto em eleições de outros tempos.
Homem da articulação, bom leitor de pesquisas e tendências, neste ano o “guru” está fora. “Recebi pelo menos oito candidatos em minha residência para me levar às campanhas eleitorais, mas não quero mais, vou ficar quieto”, disse Marcon ao Pitoco.
O recluso disse que agora está dedicado aos livros. Encravado entre os edifícios que miram o céu no no alto da Neva (Dallo, JL e Dabol) na região conhecida como Incra, Marcon diz ter devorado mais de 50 mil páginas nos últimos meses. Andou lendo Yuval Harari (“Sapiens”), “Os Miseráveis” e Veríssimo.
PANDEIRO PATRIÓTICO
Aderbal Mello disputou inúmeras eleições em Cascavel: vereador, deputado, prefeito. Sempre esteve no olho do furacão. Agora, cabelos (escassos) prateados pelo luar do tempo, ao invés de um comício, prefere a roda de batuque no “Samba do Claudião”, grupo de sambistas que batucam juntos faz muitos anos.
Como a política está na veia, Aderbal saiu, mas não saiu muito. “Estou apoiando com assessoria jurídica e pitacos as candidaturas a vereança de alguns companheiros, como o Moisés e o Zé Carlos”, disse.
Cansado de guerra, o petista mantém seu escritório de advocacia na rua Natal, onde labuta também para viabilizar o Instituto de Cultura e Cidadania que, entre outras ações, busca efetivar leis que ele, quando vereador, fez aprovar no Legislativo.
Aderbal também mantém dois hábitos longevos: jogar xadrez, agora on line no site chess.com, e dar uma canja na roda de samba do Claudião com os colegas Robertinho, Jonis e Nelsinho.
A apresentação mais recente do grupo foi no Paranaoê, boteco na área de influência imobiliária do Tita, na Sousa Naves com Minas Gerais.
Curioso mesmo é o pandeiro do Aderbal, ornado com a bandeira do Brasil.
- Virou patriota? - provocou o Pitoco.
- Essa bandeira é nossa, nunca foi deles! - rebateu o ex-vereador de forma enfática, como nos bons tempos de tribuna da Câmara.