Assine já

A câmera do Manoel criou asas

“Quanto mais nos elevamos, menores parecemos aos olhos daqueles que não sabem voar” (F. Nietzsche)

A câmera do Manoel criou asas

Manoel Teixeira pulou cedo no último 23 de fevereiro. Às 6 da manhã já preparava a decolagem de seu drone mágico na praça da Catedral, centro de Cascavel. Enquanto a maior parte das 364 mil almas cascavelenses levitava em sono profundo, fez-se ouvir o zumbido típico do aparelho decolando.

No primeiro momento, mostrou o monumento a Nossa Senhora Aparecida, impecavelmente restaurado pelos dedos consagrados de nosso artista maior, Dirceu Rosa. Na penumbra da alvorada, a iluminação da santa tornou o azul do manto ainda mais vivo.

Profissionais do calibre de um Manoel Teixeira não escolhem aleatoriamente horários para captação de imagens . Tanto assim que o colorido obtido mesclava luzes artificiais - produzidas pelos sapiens - com a naturais, cuja criação é atribuída a seres sobrenaturais.

O drone encontrou as portas da igreja abertas. E esgueirou-se a centímetros daquele teto ondulado, mostrando o chão quadriculado, em vôo até o púlpito, local que teve o condão de transformar padres em bispos.

No retorno do drone, pelo mesmo caminho da chegada, um breve sobrevôo na praça, escalando a icônica cobertura para a condição de testemunha.

O drone chamou os aviões. Eram 527 aviõezinhos, ícone que indica quantas pessoas compartilharam o vídeo no Instagram. Foram, até o fechamento dessa edição - ainda sob os confetes do Carnaval - mais de 2,5 mil curtidas e 37,5 mil visualizações, ótimo desempenho se comparado aos posts das subcelebridades digitais da cobra.

Para efeito de entender esses números, nos últimos dez posts do ex-prefeito Paranhos, político com mais de 55 mil seguidores, apenas um atingiu a marca do Teixeira na Catedral.

35 ANOS DE JANELA

Dizer que Manoel Teixeira tem três décadas e meia de janela pode remeter para o sentido literal. Repórter cinematográfico calejado, ele gravou cenas da “janela” de helicópteros, praticamente pendurado na aeronave.

Eram tempos pré-drone. O jeito de fazer tomadas aéreas era restrita a helicópteros, aviões, asas delta, ou qualquer coisa que voasse e suportasse equipamentos pesados. Uma câmera naquele período podia pesar 13 quilos, hoje trabalha-se com equipamentos compactos de 2,5 quilos.

A câmera mastodôntica do Teixeira gravou muita coisa e muita gente. Gravou o “Jornal Tarobá”, captando a voz grave do Edson Moraes, gravou o “Vitrine”, da Silvana Veronese, e vários fatos de rua. Até o “Pantera” ele filmou, no caso, o apresentador Lourival Neves (in memoriam) e seu “Nas Malhas da Lei”.

A carreira do Teixeira tem uma tomada geográfica com a Tarobá. A família dele morava de “parede e meia” com a emissora. Dois irmãos, Jair e José Teixeira, também atuaram na emissora. A mãe dos meninos administrava uma pensão na frente da Tarobá.

DRONE ADESTRADO

Captando imagens aéreas de Cascavel na gestão do onisciente e onipresente Paranhos nos últimos seis anos, Manoel Teixeira adestrou o drone.

Ele faz coisas incríveis com o equipamento. Você quer saber qual visão da cidade terá se adquirir a cobertura no quinquagésimo andar do edifício Miami, recém lançado em Cascavel? Pois o Teixeira posiciona o drone no exato local da sacada e traz as imagem para você antecipar o calendário em 5 anos, período previsto para a entrega do imóvel.

O drone passeia também pelo interior de imóveis de luxo à venda, como se colocasse o corretor e o potencial cliente no local, agregando ângulos que só seriam possíveis visualizar se o comprador tivesse asas. É o tour virtual mais realista já desenvolvido, um passeio panorâmico no qual é possível entender também o entorno sem que ninguém precise se deslocar.

FALCÃO EM BC

Antes de visitar a Catedral, o drone mágico do Teixeira já havia feito voo semelhante no belíssimo templo do bairro Cancelli, no novo hotel do Sesc em um take só, dispensando edição e contando a história toda. Gravou o Catuaí em obras, e entre os escombros dos barracões da Sanbra, derrubados por um vendaval.

Ultimamente o mágico do drone tem prestado serviços no litoral de Santa Catarina, contratado pelos gigantes dos edifícios infinitos reservados para gente de bolsos profundos. Descer para BC é uma opção para o Teixeira, profissional que ao fazer subir o drone, entrega com sua câmera voadora olhares outrora reservados somente aos falcões. 

SERVIÇO

  • Manoel Teixeira, o ás do drone, e o vídeo na Catedral podem ser encontrados no Insta: @ manoeldteixeira_fpv