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Aqui o céu não é o limite

Do predinho da Renner ao edifício de 50 andares que subirá 150 metros no centro, a “estilingada” na nova e vertiginosa fase da verticalização de Cascavel

Aqui o céu não é o limite

A verticalização de Cascavel começou “achatada”. No início dos anos 1970, surgiram predinhos na Avenida Brasil, entre eles o São Miguel e, na frente deste, o edifício Renner. Na esquina com a Pio XII um outro predinho sobreviveu por décadas até que fosse demolido tijolo por tijolo anos atrás. Até essa quadra temporal, parecia que o limite eram os quatro andares.

Helmuth Bleil, entrevistado pelo Pitoco em julho de 2012, relatou a reação dos passantes pela avenida quando se deparavam com a obra do predinho da Renner, em meados de 1971:

- O que o senhor tá cavando aí, seo Bleil?, perguntavam os curiosos.

- Já cavei 10 metros para as fundações, estou fazendo um predinho de quatro andares, respondia ele.

- Você está é enterrando dinheiro aí, corneteou um dos pitaqueiros, segundo o relato de Bleil.

De fato, ninguém poderia imaginar o estirão que estava por vir naquela cidadezinha acanhada e paroquiana de meio século atrás.

Havia até uma lenda de que a geologia do município não comportaria fundações para edificações mais pesadas. Porém, nos anos 1970/80, surgia o primeiro edifício residencial que poderia ser chamado de prédio: o Colombelli. 

Em paralelo, subia na Sousa Naves com Paraná o primeiro prédio comercial, o Lince, seguido pelo edifício da Telepar e o Copas Verdes.

Nos anos 1990 e após a virada do milênio, construtoras como JL e Formato espetaram torres para todo lado e o auge da verticalização atraiu a maior construtora do país, na época, a Encol – que a propósito, foi a falência e deixou um prédio inconcluso aqui. 

O avanço da rede coletora de esgotos e o demolição dos mitos geológicos pôs milhares de cascavelense dentro de elevadores para morar em prédios de 17 a 24 andares, em média.

CÉU É O LIMITE

Arranha-céu é uma expressão exagerada para definir o que vem acontecendo de três ou quatro anos para cá. Mas é verdade que os prédios “espigaram” desde que construtoras como a catarinense Dallo pôs um “olhar de BC” no skyline de Cascavel.

E a concorrência reagiu. Já é possível enxergar ao longe a envergadura do Heritage, da JL, no alto da Neva, que parece espetar as nuvens. 

E na última terça-feira (25), o jovem empresário Fernando Dal Evedove, da FD Empreendimentos, dobrou a aposta: lançou o Miami, edifício residencial com 50 pavimentos. O prédio subirá 150 metros na Rio Grande do Sul com Osvaldo Cruz.

Seria preciso colocar 13 predinhos empilhados um sobre o outro do “seo” Helmuth Bleil para alcançar a altura do Miami. “Alguns dirão que é loucura”, disse Fernando no ato do lançamento.

Relaxa, empreendedor, também julgaram louco o Bleil por “enterrar dinheiro” na Avenida Brasil. Olhando Cascavel de cima para baixo e enfrentando as vertigens, fica a percepção de que aqui o céu não é o limite. 


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