Sai Expovel, entra…

Uma evidência dos poderes acumulados nas mãos do chefe da Casa Civil, Severino Folador, aconteceu na tarde do último dia 11, no Parque de Exposições da Sociedade Rural Oeste (SRO).

Folador durante todo seu período sabático, quando ficou longe de cargos públicos - para os quais jurou que jamais voltaria - sempre defendeu que houvesse uma permuta entre a Prefeitura de Cascavel e a SRO para o aproveitamento integral de uma área nobilíssima que vinha parcialmente ociosa havia décadas, com exceção para algumas poucas datas específicas do ano, entre elas a tradicional Expovel.

Em conversas informais, o homem forte do governo Renato Silva dizia sempre: “Por que pagar tantos alugueis, se podemos concentrar boa parte da área administrativa no terreno da SRO?” 

DESASTRE LOGÍSTICO

A pergunta do “chanceler” Folador fazia e faz todo sentido. A gestão patrimonial da Prefeitura de Cascavel ao longo de décadas – fenômeno que se acentuou nos últimos anos – é desastrosa do ponto de vista econômico e logístico. 

Para ficar em um único exemplo – são dezenas – no prédio do antigo Lembrasul, na região do Centro Cívico, o município paga cerca de R$ 135 mil mensais de aluguel, equivalente a R$ 1,6 milhão anuais.

O Paço Municipal, construído na gestão Salazar Barreiros, com a pedra fundamental cravada em setembro de 1991, parecia suficientemente grande para atender a Prefeitura por décadas.

Porém, os poucos anos seguintes à inauguração já mostraram que essa profecia não se consumaria. Hoje as duas maiores secretarias da Prefeitura, Educação e Saúde, pagam elevados alugueis e geram uma logística confusa para quem deveria ter os serviços concentrados em um único lugar, o cidadão cascavelense, o pagador de impostos.

No último dia 11 o Paço oficiou a SRO, convidando-a para a parceria, que agora vai para assembleia da entidade colocar a palavra final.

15 QUARTEIRÕES

O terreno gigantesco que abrigou dezenas de Expovéis, rodeios, leilões, shows musicais, mede incríveis 148 mil metros quadrados, equivalente a quase 15 quarteirões.

“O nosso desejo é fazer um grande projeto de desenvolvimento, um centro de eventos, uma arena multiuso, um centro de convenções”, disse o prefeito.

PITACO DO PITOCO

Como se percebe na fala do mandatário, eliminar aluguéis não está na pauta. Até porque, se avançar nessa ideia inicial meritória do Folador, pode-se gerar lucros cessantes de gente muito poderosa e influente, incluindo alguns que dão expediente no terceiro andar do Paço Muncipal.