Trumpistas de Cascavel salvos do boné vermelho pela emenda
Cascavelenses muito bem resolvidos financeiramente levaram esposas ou noras na etapa final de gestação para os EUA visando obter netos e filhos norte-americanos

Gente fina, do topo da cadeia alimentar de Cascavel, que certamente envergaria o boné vermelho do Partido Republicano nos Estados Unidos, levou um susto com uma das primeiras medidas de Donald Trump.
Em sua cruzada contra os imigrantes, o presidente deu um canetaço em uma ordem executiva, acabando com o direito à cidadania para filhos de imigrantes ilegais e turistas nascidos no país.
Se prosperasse, o decreto teria poderes de retirar a cidadania de crianças e adolescentes cascavelenses bem nascidos, cujas mães foram levadas em vôos de primeira classe para os EUA na etapa final da gravidez, unicamente para trazer à luz cidadãos norte-americanos. Há mais de uma dezena de casos assim em Cascavel. Para alívio geral da turma do andar de cima, mesmo o poderoso Trump encontra freio na Constituição de 220 anos dos EUA, mais especificamente na 14ª emenda.
“Quando imigrantes em situação ilegal têm um filho em solo americano, a criança ganha cidadania americana automaticamente. A mesma coisa acontece quando a mãe viaja aos Estados Unidos com um visto temporário, com visto de turista. Se a criança nascer durante o período de viagem, ganha cidadania também”, explica o advogado cascavelense com negócios nos EUA, Rafael Salvatti.
O decreto do homem do boné vermelho foi suspenso pela Justiça americana, invocando exatamente a emenda 14. Além de aliviar os cascavelenses bem nascidos, a decisão judicial atenuou a ansiedade de celebridades como Claudia Leitte, Simone Mendes e Thammy, artistas que tiveram filhos nos EUA com o mesmo objetivo de obter cidadania americana para seus rebentos.