Lideranças de Guaira céticas com pedágio entre Maringá e Cascavel
Apesar do ceticismo, a expectativa é que os pedágios acelerem as obras dos trechos rodoviários que impactam o município; novo leilão põe cancelas entre Cascavel e Toledo

O ministro dos Transportes,Renan Filho, apresentou, no último dia 28, a carteira de concessões para 2025, que contempla 12 novos leilões de rodovias e três relicitações de projetos que apresentaram problemas nos contratos. Ao todo é um pacote de R$ 161 bilhões para modernizar 8.449 quilômetros de rodovias no Brasil.
No Paraná, os lotes 4 e 5 das concessões serão essenciais para aprimorar a conectividade entre cidades estratégicas do estado, impactando diretamente cidades como Guaíra, Toledo e Cascavel, cidades inseridas nos dois lotes de privatizações. O lote 4, com 628 quilômetros de extensão, ligará Cornélio Procópio a Guaíra, passando por Londrina, Maringá e Umuarama. O projeto inclui a duplicação de 176 quilômetros de rodovias, construção de 50,5 quilômetros de ciclovias e investimentos de R$ 8,3 bilhões.
Já o lote 5, que abrange 440 quilômetros, conectará Maringá a Cascavel, passando por Toledo e Marechal Cândido Rondon, até Guaíra, que faz parte da divisa do Paraná com Mato Grosso do Sul. O projeto prevê um aporte de R$ 4,6 bilhões para a duplicação de 239 quilômetros de rodovias e construção de 12 quilômetros de ciclovias.
PEDÁGIO EM SEDE ALVORADA
Para os moradores de Guaíra, o deslocamento para Cascavel e Maringá ficará mais caro com a implantação de novos pedágios.
A BR-163, por exemplo, contará com dois novos pontos de cobrança, localizados em Mercedes e entre Cascavel e Toledo, nas imediações do distrito de Sede Alvorada, com tarifas máximas previstas de R$ 10,75 e R$ 7,56, respectivamente. Já na BR-272, para chegar a Maringá, os motoristas deverão pagar pedágio em Francisco Alves, Umuarama, Tapejara e Jussara.
Com a publicação dos editais dos lotes 4 e 5 prevista para maio e os leilões programados para setembro, a expectativa é que as novas concessões entrem em operação a partir de 2026 e que ajudem a melhorar a fluidez no tráfego, estimulando o comércio e a circulação de mercadorias. O modelo adotado prevê a menor tarifa, buscando garantir preços mais acessíveis e estimular a competitividade econômica.
HISTÓRICO RUIM
Apesar do ceticismo, Sabrina Aquino, presidente da ACIAG, entidade empresarial guairense, espera que a cobrança de pedágio acelere as obras de ampliação e modernização de trechos rodoviários que impactam diretamente Guaíra. “Tanto o Paraná quanto o Mato Grosso do Sul não têm uma boa expectativa em relação às concessões de rodovias. São feitas muitas promessas que, infelizmente, não se concretizam. Portanto, estaremos atentos e cobraremos as autoridades, pois essas obras são fundamentais para o desenvolvimento da cidade”, destacou.
Vale ressaltar que as obras do contorno de Guaíra e a recuperação da Ponte Ayrton Senna estão entre as cobranças feitas pela entidade ao então candidato Gileade Osti, na expectativa de que, agora como prefeito, ele possa intermediar com as autoridades públicas para solucioná-las.
A expectativa das lideranças políticas do Estado é de que as melhorias na infraestrutura facilitem o escoamento da produção agropecuária, ampliem as oportunidades de negócios e impulsionem o turismo de compras na região fronteiriça.
Fonte: Assessoria de Imprensa da Associação Comercial e Industrial de Guaíra.