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De olhos bem abertos

Zacarias traz a “grande muralha da China” para o alto da Avenida Brasil; marcas chinesas já aparecem bem ranqueadas nas vendas de automóveis em Cascavel

De olhos bem abertos

O grupo Zacarias, sediado em Maringá, e que já representa outras cinco marcas em Cascavel (Chevrolet, Peugeot, Citroen, Nissan e Mercedes), pretende agregar volume as vendas já a partir do primeiro semestre deste ano na Capital do Oeste com a GWM, acrônimo para Grande Muralha, principal ponto turístico do país de origem da marca, a China.

A Zacarias/GWM está concluindo a mais nova concessionária da cidade, no alto da Avenida Brasil, região Leste da cidade, curiosamente, a pouco mais de 100 metros da conterrânea BYD. A marca chega a Cascavel em um momento de pesados investimentos da montadora no Brasil. 

A fábrica anunciou aportes de R$ 10 bilhões no país até 2030, com a produção nacional de uma das estrelas do seu portfolio, o Haval H6, já a partir de maio deste ano no interior de São Paulo. “Vamos inaugurar a concessionária de Cascavel em fevereiro”, disse o gerente comercial da GWM, Marcelo Miyazaki, que também apresenta os olhos puxadinhos, mas descende de japoneses.

Mesmo sem uma loja própria na cidade a GWM já vinha pontuando no top 13 das vendas no mercado local. No ano passado, a marca emplacou 95 unidades em Cascavel com os modelos Haval e Ora 3, o primeiro um SUV híbrido, o segundo 100% elétrico. Já a outra marca chinesa, a BYD, emplacou 128 unidades aqui, alcançando a 12ª posição, desempenho alavancado pelo Dolphin Mini, elétrico mais vendido aqui e no Brasil.

O top 5 de vendas em Cascavel no ano passado foi o seguinte: Fiat 698 unidades, VW (598); GM (575); Toyota (419) e Hyundai (371).


CASCAVEL É O “LUGAR CERTO”

As marcas chinesas, que nem completaram um ano na cidade ainda, já surgem à frente em vendas de marcas bem tradicionais aqui, como BMW, Peugeot, RAM, Mitsubishi, Citroën, Mercedes, Volvo e Kia.

Ou seja, os asiáticos, distinguidos na multidão ocidental pelos olhos puxados, estão com os olhos bem abertos para o promissor mercado cascavelense. 

“Cruzamos algumas nformações socioeconômicas para chegar a Cascavel”, disse ao Pitoco, ano passado, o gestor da Servopa, Danilo Maia, empresa que representa a BYD aqui“Cruzamos algumas nformações socioeconômicas para chegar a Cascavel”, disse ao Pitoco, ano passado, o gestor da Servopa, Danilo Maia, empresa que representa a BYD aqui.

“Todas as principais marcas estão em Cascavel ou chegando. Analisamos a dimensão da fronta, o PIB da cidade, média de emplacamentos e incluímos Cascavel no plano de expansão com a certeza que estamos no lugar certo”, afirmou Maia na ocasião. 


Para condutores, Cascavel é amigável à eletrificação

Proprietários de um BYD Dolphin viajaram a Curitiba, Goiânia e Porto Alegre, sem maiores perrengues


A jovem empresária Adriana Garcia e o marido Julio Tozo optaram por uma opção eletrizante: fizeram de um BYD Dolphin, veículo 100% elétrico, o carro principal da família. O casal está feliz com a escolha, opinião convergente com a tradicional pesquisa da Quadro Rodas, revista especializada em automobilismo.

Todo ano a publicação entrevista condutores dos modelos mais vendidos no país. Em 2024, o Dolphin foi o carro mais bem avaliado do Brasil na opinião dos proprietários. O casal avalia aqui a experiência com a novidade:


CARREGADORES

Não temos carregador em casa, mas nunca nos apertamos com carga. Cascavel está bem servida. Como se observa no aplicativo que indica os locais com eletropostos, há mais de 30 na cidade, sendo que pelo menos 20 são públicos.


TEMPO DE RECARGA

Carregadores rápidos temos uma meia dúzia em Cascavel, já os lentos estão em todos os supermercados como Irani, Muffato, Festval. Paramos para fazer umas compras e já adicionamos uns 40 quilômetros de autonomia sem custos. Carga rápida completa pode ser feita na própria BYD ou na Bionova por R$ 2,50 o kwh, ainda assim muito mais barato que a gasolina.

CUSTO OPERACIONAL Recentemente fomos a concessionária fazer a revisão dos 20 mil km. Tudo o que fizeram foi a troca do filtro do ar, mais nada. O elétrico não tem correia, caixa de câmbio, escapamento, óleo, é mais simples que o combustão, então a manutenção fica mais em conta.


TABUS DA BATERIA

Somos mais curiosos que a média e compramos um scanner para acompanhar a tão falada degradação da bateria. Nos primeiros 20 mil km, a bateria do Dolphin está com 99,2% da capacidade original, ou seja, perdeu somente 0,8%. Espera-se perder 5% da carga em 10 anos, depois estabiliza. Estima-se que a bateria dure mais que o carro. 


TECNOLOGIA

Tecnologias semi autônomas funcionam muito bem, pressiona um botão no volante e o veículo reconhece faixas, limites de velocidade e até corrige o condutor em curvas, é mais segurança na condução. Sem dizer do teto solar elétrico, câmeras 360 graus, design e toda tecnologia embarcada. 


CASCAVEL-CURITIBA

Não é aconselhável viajar para o Brasil profundo, mas em áreas mais urbanizadas é tranquilo. Viajamos seis vezes para Curitiba, com eletropostos da Copel e Itaipu a cada 80 km. Litoral é tranquilo, dá para viajar de Porto Alegre a Bahia sem susto, só uma questão de planejar.


CONTROVÉRSIA VERDE

É confortável viajar sem barulho. E é bom para todos, inclusive para o cidadão que transita na calçada. Por onde passamos não deixamos barulho nem fumaça. A questão da sustentabilidade é controversa, tem quem diga que o processo de produção da bateria é poluente. Certamente que sim, que gera emissões. Entretanto, segundo estudos, com poucos anos de uso do elétrico já são compensadas as emissões geradas em seu processo de industrialização, ao passo que carro a combustão vai emitir fumaça e barulho em toda sua longa vinda útil.